quinta-feira, 10 de julho de 2008

O exército francês entra em Abrantes



O general Junot chegou na manhã de 24 de Novembro de 1807 a Abrantes. A sua vanguarda tinha aí entrado na véspera. Ele pensava primeiro assegurar-se da passagem do Zêzere. A tomada de Punhete, pequena "cidade" situada na margem esuqerda deste rio, e na sua confluência com o Tejo, devia ser, sob o ponto de vista militar, o complemento da ocupação de Abrantes.
Abrantes é uma cidade considerável. Está erguida sobre o reverso meridional duma eminência no sopé da qual corre o Tejo. Chega-se aí por caminhos estreitos e difíceis; parte de uma elevação tem velhas muralhas e um castelo arruinado. Existe uma parte de barcas situada um quarto de légua abaixo das muralhas da "cidade". è a última direcção de Lisboa. Dentro em pouco o Tejo, engrossado pelo Zêzere, deixa de rolar em turbilhão e desce ao mar magestoso, imenso e banhando os campos férteis situados à saída do deserto e à entrada do Alentejo de uma lado, e da Estremadura do outro. A praça de Abrantes pode exercer a mais alta influência sobre as operações de guerra. Não lhe falta senão estar melhor fortificada para ser chamada de chave de Portugal.

Fragmentos de "História da Guerra da Península sob Napoleão", pelo general Foy. Paris: Baudouin, 1827.